quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A novela.

 A minha  Najara fez um post no blog e eu lembrei que também tenho um haha Não acho que tenha falado sobre isso aqui, mas decidi cancelar meus 6 de extension plus com a minha família. Tava deprê, bored e cansada dessa vidade au pair, me sentindo inútil mesmo. Cheguei a conclusão que o que eu tava mesmo era fugindo das minhas obrigações no Brasil, que tenho que em enfrentar no momento da minha volta. Que diferença faz ter que lidar com problemas 6 meses mais tardeDecidi ir embora e enfrentar meus fantasmas, não tinha mais nada pra mim aqui. Isso mesmo, não tinha até então.

Acontece, que no momento que eu decidi cancelar a extension, saiu um peso de cima dos meus ombros. Comecei a admirar tudo de novo, como se eu tivesse acabado de chegar aqui. "Ai que rua bonita", "amo dirigir esse carro, como vou sentir falta", "meu Deus essas estradas", "aah o frio!". Nesse pacote, decidi baixar pela milésima vez, um app de relacionamento. Depois fiquei me perguntando pq tinha feito isso. Minha terapeuta também me perguntou e, após ouvir minha justificativa, deu sua opinião pra eu refletir.. mas isso eu vou falar no final desse post.

Nunca dei certo com esses app, deve ser por que odeio explicitamente falar que quero um relacionamento, e é isso que eles gritam pra mim "eeeei eu quero um namorado!!!". Sempre quis, nunca quis dizer que quis. Não soa natural pra mim. WTF. É tipo "eu quero um emprego mas tenho vergonha das pessoas saberem que estou atrás de um emprego", faz sentindo isso? Lógico que não. 

Daí eu baixei o hinge, dei match com um bocado de gente, já estava preparada pra me entediar e deletá-lo novamente, mas daí comecei a falar com um carinha, nada pretensioso, conversa normal. Uma semana de conversa, ele chamou pra sair e eu já fiquei nervosa, quis dizer não, mas "já to indo embora mesmo, foda-se, vou". Chegou o dia do encontro, quis inventar uma desculpa pra não. Fiquei deitada no carpete me maldizendo por ter aceitado. Falei com a fofa que ia precisar do carro no horario tal, ela disse que tudo bem mas o horário chegou, e ela tinha saído no carro. Pensei comigo "é um sinal pra eu não ir!", mas cinco minutos depois ela voltou.

A gente se encontrou num restaurante em Bloomfield, 3 min daqui de casa, na última noite antes da friaca real começar. Não paramos de falar um minuto e passou super rápido. Eu tava muito, muito, muito nervosa.. não sabia onde colocar os braços. Ele foi muito querido, super simpático e interessado na minha conversa. Desde esse dia, passamos a nos encontrar todo final de semana - sabado e domingo. Agora tamo aí nessa, de que eu vou embora em Janeiro, e sem saber muito o que fazer. Nunca conheci ninguém como ele nessa minha carreira de 28 anos, parece até brincandeira com minha cara isso ter acontecido depois de 2 anos aqui e só conhecendo traste. Mas dizem que acontecem quando a gente não espera, né

Falando em acontecer, minha terapeuta acha que eu tô apegada nesse romance pq gosto de amor impossível. Amores que eu sei que não vão pra frente, mas continuo agarrada na possibilidade. Eu não sei.

Só sei que outro dia chorei no chuveiro pensando na hora que disser tchau, que vez ou outra perco uma saída por que to pensando nele, que ele tá nos meus pensamento 24;7, que pela primeira vez sinto que alguém gosta de mim de verdade... sem drama e sem vergonha de assumir. Aff. Minha cara essa novela, minha cara uma parada dessa acontecer comigo.



sábado, 10 de outubro de 2020

Fall is back!

 Não gosto do outono porque me lembra que o inverno tá chegando. Diante de tudo que aconteceu esse ano, tenho tentado não sofrer por antecedência, mas já tô sofrendo. Tirando o fato de que me lembra que o frio se aproxima, o outono é muito lindo.E parei pra pensar aqui, acho tão injusto a gente morar num lugar que não pode ver as estações assim, né (falo por mim que moro perto da linha do equador e nada muda - sol e chuva são as variações).

As vezes eu fico parada olhando pros lugares daqui, que eu meio que já me acostumei, mas sinto que um dia vou ficar tentando lembrar de como era, então começo a forçar minha cabeça a guardar essas memórias pra sempre mesmo sabendo que é em vão. 





As coisas tem sido basicamente as mesmas por aqui, a novidade é que comecei terapia. Tem sido bem interessante o processo, tô na dúvida ainda se gosto ou não. Me sinto leve, aliavada depois de cada sessão, sinto que sei de tudo e tenho controle sobre minha vida, me sinto segura, determinada e feliz. Mas odeio me abrir, odeio sair dessa casca grossa, me dói lembrar de certas situações - e acho que terapia é tudo isso junto.

Como de praxe, muita falta de casa. Muita falta de ir pra cozinha e ficar a vontade, de sair de carro e não ficar preocupada com o que estão pensando que eu estou fazendo. Sou péssima pra quebrar contrato, parece que tem um lance moral no meio, sei lá... se eu pudesse me desligar sem ter que lidar com conflito (explicações da minha tomada de decisão), e só desaparecer e sumir dos pensamentos deles, acho que o faria. Enquanto isso sigo aqui, sem ter muito o que fazer, tentanto me ligar nas coisas positivas.




domingo, 6 de setembro de 2020

Mais um domingo chega e com ele a depressao (8)

 Olá, Brasil... olá New Jersey!!

Eu falei que ia escrever aqui na sexta, pq na sexta eu tava feliz. Agora é domingo, e eu to depre de novo. Quem passa em branco no domingo, né. 

Feriado amanhã no BR, feriado aqui também. Ontem fui "oficialmente" pela primeira vez to the city. Oficialmente porque dessa vez meus hostos sabiam que eu iria. 

A primeira vez não-oficial foi tão mais legal. Pq que tudo que é proibido é mais interessante? Nesse dia, fui com Sofia encontrar Mymy e Tiyane que já estavam lá. Fomos parar num rooftop no Brooklyn num aniversário de nao faço ideia quem. Pela primeira vez voltei de NYC de uber (ryka)! Uber nao, lyft. Tiyane fez a proeza de perder o celular por lá e, resultado.. no dia seguinte, morta de ressaca, me compadeci e fui com ela no local da dita festa pegar o celular que, por acaso do destino, foi encontrado por um vizinho (que nao estava na festa). Como esse dia foi legal, desses momentos que durante eles a gente pensa "eu quero memorizar isso aqui pra sempre". Não tirei UMA foto, o que me arrependo.

 Voltemos ao dia oficial do retorno, passei a tarde no central park com Najara e Tiyane tomando vinho sentadas na grama. Ah, que lugar bonito... queria um apartamento de frente ao central park, é pedir demais?

Ah, primeira vez que escrevo aqui com 28 fucking anos!!!! MEU DEUS QUE DESESPEROOOOO (estou assim das ideias ultimamente) 

terça-feira, 9 de junho de 2020

Mais 6 meses

Foi tão dificil essa quarentena. Ainda não acabou, mas as coisas já estão bem melhores. Fim de semana passado, fui com as meninas fazer um trilha no Ramapo Lake... foi tão bom dirigir sozinha por um tempo mais longo e conversar com elas direito. Definitivamente não seguimos as recomendações da OMS, mas nossas host families não precisam saber.

Nesse mesmo fds, participei do prostesto em Montclair sobre o George Floyd. É absurdo a segregação aqui nesse país, fiquei feliz de ver tanta gente por lá.



Devido ao corona, o estado resolveu "dar" mais 6 meses de extensão para quem termina o segundo ano em 2020. Minha família quer que eu fique, eu não sei o que faço. Falei com algumas pessoas e 97% fala pra eu ficar. As vezes quero ficar por n motivo, entre eles, por causa de certas pessoas (que não tá nem aí pra mim - pode entrar Dy), por querer ir pra outros lugares que não tive chance de ir, por querer juntar mais dinheiro antes de voltar. Mas também quero ir embora por sentir falta da minha liberdade, por não aguentar mais ser au pair no geral.

Nesse período, seria mais um ano aqui. Putz. Quero voltar mas quero ir também. Que que eu faço?

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Quarentena

Lendo aqui meu post anterior e pensava que não poderia ficar pior hahaha pois é, piorou. Vigésimo sexto dia de quarentena, que doideira. Que saudade que to de fazer vários nadas em NYC, que saudade de ir pro Pig and Parrot e fazer amizade com gente desconhecida.. mas saudade mesmo eu to é de casa. Mais ainda do eu já estava antes.

Minha rotina tá uó. Os pais 24h horas em casa e eu tendo que fazer "almoço" pra cavalo de 12 e 15 anos (le-se passar creme cheese em bagel e cortar pimentão).

O único motivo pra eu ficar é dinheiro.. finalmente vou conseguir pagar meu cartao!!!! e to conseguindo mandar pro br tbm. Se tudo der certo, eu volto em jun or jul. Se não der, voltamos pro plano inicial de ficar até dezembro.

Ai, não sei.. por que tudo tem que ser tão complicado?

terça-feira, 10 de março de 2020

Os ventos

Tõ aqui tentando assistir os episódios atrasados do bbb mas não funciona.

Acabei de bater o carro da fofa (na calcada de casa) e to esperando ela sair do quarto pra poder contar. Cu trancando? Imagina.

Tem semana que começa toda errada, né? Ontem trabalhei 12 horas e 30 minutos. Logo ontem que o dia tava tão bonito... Eu to bastante cansada dessa vida de au pair, não sei se aguento até dezembro (ainda mais que eles tao me botando pra trabalhar sabado a noite). Eu to escrevendo frases aleatórias demais, pera, vou organizar.

2 meses e 10 dias do meu segundo ano como au pair. To bem estressada mas não consigo me situar. Não sei se to assim por causa da host family que ta sendo folgada; se eles sempre foram assim e so me toquei agora; se foi pq eu to com dor de cotovelo; se é pq to devendo o cartão de crédito; ouuuu se é tudo isso junto.

É um medo de voltar junto com uma vontade de ir embora. Espero que as coisas melhorem, mas é díficil quando o teu psicologico tá todo cagado. O frio já tá passando, graças a Deus, torama que com o calor, venha também clareza pra minha mente. E paciência. (e-que-o-D-me-mande-mensagem-dizendo-que-sente-a-minha-falta-pra-eu-mandar-ele-ir-tnc-mentira).